- Área: 450 m²
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Fotografias:Alberto Bandín
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Fabricantes: Cricursa
Do arquiteto. A Casa V consiste na reabilitação, adaptação e expansão de uma casa já existente, projetada e construída no início dos anos 60. A família proprietária tem passado suas férias na casa há quase 50 anos. Neste tempo, apesar do aumento do número de familiares, a casa permaneceu a mesma, sendo incapaz de suprir suas necessidades atuais e futuras.
A intenção do projeto é criar um espaço onde três gerações da mesma família possam desfrutar das férias simultaneamente. Para isso, uma nova casa foi projetada para as duas gerações mais novas; esta consiste em uma ala lateral que se articula com a edificação antiga a nordeste. A cobertura desta nova casa serve como um jardim privado para a casa preexistente - uma resposta à topografia local.
A edificação original agora acomoda espaços para interação familiar e social, bem como os quartos da primeira geração. Cada membro da família tem sua própria independência ao passo que também faz parte de um mesmo grupo. Uma parede composta por diversas camadas e definida por um único detalhe construtivo - que serve tanto de estrutura como de isolamento térmico e acústico - se curva de forma a abrigar a multiplicidade de eventos que ocorrem dentro da casa. Espaços são definidos através do desdobrar da matéria no espaço-tempo, que se adapta topologicamente ao que acontece internamente. A nova casa é formalizada pelo fluxo contínuo de uma envoltória completamente neutra – sem borda, cor ou textura – e, dentro deste invólucro, a vida - a ação - é a protagonista.
ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS
Adotou-se uma estratégia que corresponde à exergia (energia útil) entre os requisitos energéticos de uso e soluções arquitetônicas específicas, minimizando os custos de manutenção e otimizando o desempenho da energia útil da edificação.
O isolamento térmico se localiza na parte de fora do invólucro exterior, juntamente com um elemento que fornece inércia térmica ao conjunto. No caso do sistema de jardinagem intensiva, este não apenas integra o edifício aos ecossistemas existentes, mas também fornece à construção um eficiente isolamento térmico e acústico.
A edificação incorpora um sistema de aquecimento natural no interior da janela Coruña, porém, reinterpretando a colunata de vidro vernacular, variando a posição de abertura e recebendo, assim, incidência solar por mais tempo. O aquecimento é oriundo de um “efeito estufa” natural que, nesta localidade, se mostra uma solução eficiente e sustentável. A casa também possui um sistema de aquecimento solar através de um tubo de vácuo, o que reduz consideravelmente o uso de combustível convencional.
Originalmente publicado em Dezembro 23, 2013